MEDITE NISSO

UM blog para ajudar a todos que querem viver o verdadeiro Evangelho em qualquer esfera da sua vida♥


quinta-feira, 24 de março de 2011

Não confunda santificação com legalismo

Aprendi com o saudoso pregador Valdir Nunes Bícego que quatro coisas acontecem quando se prega a respeito da santificação:
(a) Ouvimos poucas glórias a Deus.
(b) Os crentes artificiais ficam inquietos.
(c) Os fiéis dizem: “Fala, Senhor, que o teu servo ouve”.
(d) Os demônios ficam apavorados.

Mas, o que é a santificação? Nos tempos veterotestamentários, a condição para ser abençoado por Deus era ter uma vida santificada, separada do mundo (Lv 11.44; Js 3.5; 2 Cr 7.14). No Novo Testamento vemos que a condição para que as promessas do Senhor sejam confirmadas em nossa vida continua sendo a mesma: afastar-se da vida pecaminosa (1 Ts 4.7; 5.23; Hb 12.14), não se conformando com o mundo (Rm 12.1,2).

Entretanto, muitos crentes, por negligência à sã doutrina ou por ignorância, estão confundindo santificação com legalismo. Vestem-se de modo simplório, de propósito, e não por que não tenham condições de se trajar melhor. Falam baixinho, ficam com o semblante descaído... Outros se preocupam demasiadamente com medidas das roupas, afirmando que o diâmetro da barra da calça, a largura da gravada e do cinto, a espessura do salto do sapato devem ter “tantos” centímetros... Seria isso uma demonstração de vida santa?

A Palavra de Deus alerta quanto às falsas doutrinas de homens, fundamentadas em ensinamentos extremados, como: “não toques, não proves, não manuseies” (Cl 2.20-22). Não atentando para isso, certo irmão afirmou que, no Arrebatamento da Igreja, os crentes que estiverem tomando banho não subirão! Por quê? Simplesmente, por estarem nus!

Houve um tempo em que não se podia usar perfume, pois diziam certos irmãos que se consideravam santos: “Nós já temos o perfume de Cristo”. Ora, não foram eles ensinados que o bom cheiro de Cristo, ao qual se referiu Paulo em 2 Coríntios 2.14-17, é no sentido espiritual? E quanto à televisão, ao computador e à Internet? Bem, no tempo em que essas coisas não existiam, quem era o vilão? O rádio! Diziam alguns “santos”: “O rádio é a caixa do diabo!” Mas o tempo passou, o mundo evoluiu, e ficou demonstrado que o extremismo não foi o melhor caminho...

Em nossos dias, muita gente pensa que santificação é maltratar o corpo, subjugá-lo com sacrifícios exagerados. Deus não se agrada disso (1 Sm 15.22; Ec 5.1). Ele quer obediência aos seus preceitos. Viver uma vida de santificação também não implica viver sem tentação (Mt 4.1-11) nem estar imune ao pecado (1 Co 10.12). Significa, antes, ter poder para dominar o pecado (Rm 6.14).

Santificação também não consiste em isolar-se. A pessoa mais santa que andou na terra foi o Deus-Homem, o Senhor Jesus. E, onde o encontravam, frequentemente? No meio de pecadores (Lc 5.27-32; Jo 2.1-11). Assentar-se na roda dos escarnecedores não é apenas estar entre eles, e sim tomar parte em suas prevaricações (Sl 1.1; Is 6.1-8). Como luz do mundo (Mt 5.14-16), a qual deve brilhar em meio às trevas (Fp 2.15), não podemos nos isolar da sociedade, mas influenciá-la com o bom cheiro de Cristo.


Ciro Sanches Zibordi

quarta-feira, 23 de março de 2011

Bíblia de Estudo Dake!


O argumento de que novos convertidos ficarão confusos com as notas da Dake não se sustenta. Neoconversos precisam ser ensinados. Eles podem se confundir até ao ler o texto bíblico puro, sem nenhuma nota! Dake é uma Bíblia de estudo! Destina-se a um público-alvo definido. Os neófitos precisam ser ensinados, na Escola Dominical e nos cultos de doutrina. O problema é que muitos pastores, em vez de ensinarem o povo, nos cultos de ensino da Palavra, preferem fazer o culto da vitória! E depois ainda falam em zelo com a sã doutrina...

A Bíblia de Estudo Dake é riquíssima. Bernhard Johnson a usou. Jimmy Swaggart (que, apesar da queda, foi um grande expoente da Palavra de Deus) a usava no preparo de seus sermões. Expoentes como Antonio Gilberto e Elienai Cabral a recomendam. Eu também a utilizo como fonte de consulta. E não estou desviado! E ainda não conheço nenhum desviado por causa da leitura das notas da Dake!

Paremos com essa verdadeira “caça às bruxas”! Isso é exagerado e desproporcional. As incongruências da Dake não são maiores do que a sua utilidade como um todo. Não existe Bíblia de estudo perfeita! Até a Bíblia de Estudo Pentecostalapresenta algumas incorreções, apesar de ser uma obra excelente, com mais de 1,3 milhão de exemplares vendidos.

Todas as pessoas têm o direito de não comprar e de não recomendar a Dake. E todas, igualmente, têm o direito de comprá-la e recomendá-la. O livre exame é bíblico (1 Ts 5.21; 1 Co 2.15; At 17.11). E não é a primeira vez que CPAD lança obras contendo pormenores que geram dúvidas. Ainda estamos na terra; somos falhos. Somente o texto bíblico é infalível, inerrante e perfeito.



http://cirozibordi.blogspot.com/2010/02/eu-gostei-da-biblia-de-estudo-dake-2.html

Bíblia Dake: pastor Antonio Gilberto 

Por Judson Canto
Percebendo nos últimos dias uma série de comentários sobre a participação do pastor Antonio Gilberto na publicação da Bíblia de estudo Dake, que variam de citações a ofensas pessoais, perguntei-me: “Por que não inquirir o próprio?”. Aproveitando a sua presença em Curitiba, como palestrante da 48.ª Escola Bíblica de Obreiros (EBO), solicitei uma entrevista com ele e fui atendido prontamente (ele me conhece dos tempos da CPAD).
Já de início, fiquei sabendo que ele está impedido de se pronunciar sobre o assunto, no que concerne a determinados aspectos da publicação da polêmica obra. Mesmo assim, várias questões importantes, que percebo serem do interesse da blogosfera cristã, puderam ser respondidas.
Em razão de parte das declarações do pastor Antonio Gilberto terem sido espontâneas, preferi não utilizar o formato tradicional de perguntas e respostas. Em vez disso, destaquei os assuntos:
Sobre o impedimento de se pronunciar
“O Conselho da Casa se reuniu e bloqueou o assunto. Só posso me pronunciar em reuniões, como fiz aqui [na EBO de Curitiba]. Pedi ao pastor Wagner Gaby, vice-presidente da igreja: ‘Por estarmos numa escola bíblica, com gente de vários lugares, o irmão autoriza eu tomar no máximo uns cinco minutos para dar um alerta sobre uma onda de boatos sobre a Dake? Não é questão de consideração comigo. Há uma onda de rumores, de pessoas desqualificadas e desautorizadas dando palpites em blogs, na Internet’. Vendo que ele concordava, tomei os cinco minutos para dar uma rápida satisfação. Mas estou bloqueado pelo Conselho, até ele me liberar. Na primeira quinzena de março, o Conselho vai se reunir novamente (não por causa disso, é uma reunião regular), mas o assunto volta.”
Sobre o seu real conhecimento do conteúdo da Dake
“Em 1969, eu era estudante na América. Antes de eu viajar para lá, o pastor Lawrence Olson, de saudosa memória, me disse: ‘Irmão Gilberto, quando chegar à América, logo que puder, compre umaBíblia de estudo Dake, que foi lançada agora’. E não foi só ele [que a recomendou]. E, de fato, logo que pude, comprei uma, mas não pude nem sequer tocar, devido ao programa do meu curso. Mas logo que retornei ao Brasil, eu a peguei por cinco anos. Foram cinco anos de estudo metódico, sem aquele negócio de pega e deixa.”
Sobre a recomendação de sua publicação pela CPAD
“Há seis anos, quando a Casa estudou a possibilidade de publicá-la em português, o projeto foi enviado para mim, como consultor, para eu dar um parecer. Eu me senti tranquilo, porque conhecia tudo sobre a Dake. Então dei o meu parecer. Eu disse: ‘Olha, a Bíblia é um manancial. É uma riqueza para estudantes, para pregadores, para pastores, para escritores. Mas faço algumas ressalvas, porque nela há alguns pensamentos intelectualistas, quer dizer, produto do cérebro humano. Há também alguns pensamentos racionalistas, da razão humana. Há também uma porção de pensamentos que são filosóficos. Mas o irmão Dake é falecido, a gente não pode conversar com ele e perguntar por que ele fez aquilo. Então sugiro que a CPAD obtenha licença para isentar a edição brasileira nesses pontos’. E, de fato, alguma coisa foi feita, mas, por razões que desconheço, passaram outras.”
Perguntei ao pastor Antonio Gilberto o que ele queria dizer exatamente com “pensamentos intelectualistas”, “pensamentos racionalistas” e “pensamentos filosóficos”, mas ele não tinha nenhum exemplo em mente. Perguntei se ele havia apontado especificamente alguma heresia, e ele respondeu que estava impedido de dizer, em razão de seu acordo com a Casa.
Sobre os críticos
“Pergunto: por que é que esses irmãos que estão sendo contrários não citam o caso do Novo Testamento interpretado, que contém impropriedades? É claro, não estou falando contra Champlin, eu o conheço pessoalmente. A linha que ele adotou foi colocar diante do leitor um leque de assuntos, e o leitor que escolha, usando de sabedoria. Como eu disse aqui na reunião, não sou obrigado a comer o peixe e as espinhas, senão vou me engasgar. Mas ninguém está falando contra Champlin. Logo se vê que é simplesmente ataque.”
Sobre o silêncio da CPAD
“Numa reunião do Conselho, o diretor da Casa [irmão Ronaldo Rodrigues de Souza] fez uma pergunta para mim: ‘Pastor Antônio Gilberto, seja franco: o irmão, como consultor, seria favorável à publicação de um encarte com uma nota explicativa no Mensageiro da Paz?’. Minha resposta foi: ‘Não, não sou favorável’.”
Não fui autorizado a publicar o restante da resposta, mas posso dizer que, na opinião do pastor Antonio Gilberto, o melhor era a discussão se desenvolver e morrer por si. Ao que parece, o conselho foi acatado.
Sobre seu posicionamento hoje
Por fim, perguntei ao pastor Antonio Gilberto se ele, depois de toda essa polêmica, ainda recomendaria a Dake. Sua resposta:
“[A Dake] é uma riqueza, e eu a recomendo, com aquelas ressalvas”.

segunda-feira, 21 de março de 2011

BÍBLIA: QUE LIVRO COMPLICADO!



Como interpretar e estudar a Bíblia, descobrindo suas maravilhas.
Aplica-te à leitura, à exortação, e ao ensino (1Tm 4.13).

Estamos distantes do mundo da Bíblia cultural, geográfica e cronologicamente. Este fatonaturalmente dificulta o entendimento das Escrituras, pois como entender hoje, quase dois mil anosdepois de Cristo, escritos datados de até 3.500 anos atrás? Daí a razão pela qual muitas pessoas nãoconseguem compreender bem a Palavra de Deus e a têm como difícil e complicada.

Por esse mesmo motivo, entende-se também o surgimento de tantas heresias e distorções teológicas, pois tentando interpretar a Bíblia sem critérios sérios muitos acabam por afirmar doutrinas eposturas que realmente a Bíblia não apóia nem autoriza.

A única maneira de alguém compreender a Palavra de Deus é dedicar-se ao seu estudo de forma zelosa e disciplinada. Como disse Paulo Freire: "estudar é, realmente, um trabalho difícil. Exige de quemo faz uma postura crítica, sistemática. Exige uma disciplina intelectual que não se ganha a não ser praticando-a."

Só será possível entender a Bíblia, portanto, com um trabalho sério, lançando mão dos princípiosde interpretação universalmente aceitos e difundidos. São princípios que, uma vez observados, abrem diante do estudante as portas de acesso à verdade eterna. Deus, pelo seu Espírito Santo, capacita o ser humano a compreender o texto sagrado através da utilização destes princípios.
ALGUNS TERMOS-CHAVES

Antes de uma exposição dos princípios de interpretação da Bíblia, vamos proceder a umadefinição de termos, tanto para evitar confusão no entendimento como para situar o amado leitor,ajudando-o a se localizar no espectro da revelação de Deus.

REVELAÇÃO - Há hoje o uso desta palavra de forma completamente diferente do seu sentido original. A palavra revelação no Antigo Testamento é galah e significa descobrir, mostrar o que está encoberto. No Novo Testamento a palavra éapokálypsis, que significa tirar o pano ou puxar a cortina. Aidéia é a do momento em que no teatro grego as cortinas eram puxadas e a platéia podia ver o que estava por trás, escondido. Teologicamente, revelação é o ato de Deus em que ele se dá a conhecer ao homem. Éo próprio Deus quem se revela ao ser humano e o faz de forma geral, por meio da natureza que ele criou(SI 19.1) e, de forma especial, através do seu filho Jesus (Jo 1.18).

INSPIRAÇÃO -Ao revelar-se, Deus desejou que as gerações futuras tivessem acesso à sua revelação. Por esta razão ele capacitou homens a registrarem a sua revelação. A essa capacitação chamamos inspiração. Por isso lemos em 2Timóteo 3.16 que "toda Escritura é divinamente inspirada eproveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para ensinar em justiça". A expressão divinamente inspirada é tradução do gregotheopneutos (theós [Deus] +pneutos [sopro]), com sentido de que aEscritura tem sua origem no próprio Deus que a transmitiu ao homem para que ele a registrasse. O resultado da inspiração é a Bíblia Sagrada, que tem sido sabiamente definida como o registro da revelação de Deus.

ILUMINAÇÃO - Deus se revelou e inspirou homens para registrarem sua revelação. Porém,com o passar dos anos, o sentido do que foi registrado corria o risco de se perder e as gerações futuras ficarem privadas do registro da revelação de Deus. Assim sendo, ao longo dos séculos e dos milênios, Deus tem capacitado pessoas a interpretarem o registro de sua revelação, a Bíblia. A isso chamamos iluminação: Deus usando homens para interpretarem sua Palavra.

A este conjunto de definições alguns chamam tríade revelatória. Observe que não há mais revelação, no sentido teológico da palavra, o que Deus desejou revelar ao homem sobre si, já o fez.Também não há mais inspiração, o que deveria ser registrado da revelação de Deus, já o foi. O que existe hoje é iluminação. Deus continua e continuará capacitando e usando pessoas para interpretarem a sua Palavra.
É precisamente neste contexto de iluminação que se insere a tarefa do professor da Escola Dominical como intérprete da Bíblia. O Espírito Santo há de iluminar o professor para que, valendo-sedos princípios de interpretação da Bíblia, entenda e transmita aos seus alunos a Palavra de Deus.
PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA

Como intérprete da Palavra de Deus, o professor da Escola Dominical cumpre uma sublime missão. Primeiro porque ao cumpri-la mergulhará no maravilhoso mundo da Bíblia; depois, porque descobrirá verdades e princípios eternos que influenciarão e moldarão, em primeira instância, a sua própria vida e, finalmente, porque sentirá a felicidade de passar aos seus alunos não algo vago ou produtoda pesquisa de outrem, mas sim o resultado do seu próprio trabalho de investigação.
Estes princípios certamente ajudarão o professor no seu trabalho de estudo das Escrituras:


Princípio do contexto

De acordo com este princípio, cada texto pertence a um determinado contexto, razão pela qualnão pode ser interpretado isoladamente. O professor precisará identificar o contexto imediato, ou seja, otrecho ou o capítulo bíblico no qual o texto se insere; e também o contexto amplo, ou seja, a seção dolivro bíblico, ou até mesmo o livro bíblico, a que o texto pertence. Todo texto bíblico é coerente com seus contextos imediato e amplo. Compreendendo o sentido do seu contexto, o professor terá melhores condições de interpretar o texto.

Vai aqui um alerta para que tomemos cuidado com grupos e líderes religiosos que fundamentamsuas doutrinas e seus ensinos em textos isolados da Bíblia ignorando completamente o contexto dos mesmos. Vai também aqui uma palavra de cautela com relação à famosa caixinha de promessas, tão difundida no meio evangélico. Lembremo-nos de que cada um daqueles versículos tem um contexto, o qual muitas vezes estabelece condições e critérios para o cumprimento da promessa. Apegar-se a textos e querer interpretá-los fora do seu contexto constitui grave erro no campo da hermenêutica bíblica.


Princípio gramatical

Seguindo este princípio, o professor se preocupará com o significado de palavras e expressões do texto. Muitas vezes, quando estudamos o significado de uma palavra ou de uma expressão do texto, descobrimos nuanças importantíssimas para sua interpretação. Além disso, com o passar dos séculos e dosmilênios, o uso e o sentido das palavras sofreram alterações, de modo que o professor precisará recorrer ainstrumentos de pesquisa para compreender o sentido do texto para os seus destinatários originais. Só depois de saber o que o texto significou para seus leitores primeiros, é que o professor poderá descobrir oseu significado para os de hoje.

A pesquisa gramatical enfatiza, portanto, o sentido das palavras e sua função dentro do texto.Concentra-se na identificação deste significado, por isso sujeitos, verbos, predicados, pontuações,pronomes, adjetivos, etc. fazem o universo deste importante princípio para a interpretação das Escrituras.

Devemos lembrar que a Bíblia foi escrita originalmente em três línguas: hebraico, aramaico egrego. A Bíblia que temos em nossas mãos é, portanto, uma tradução. Mister se faz então um trabalho muito sério e dedicado para que o significado das palavras e o sentido das expressões do texto estejam bem claros na mente e no coração do professor.

Muitas vezes notamos que o problema não chega nem a ser de interpretação, mas de leitura. Uma leitura mal feita dificultará consideravelmente o entendimento do texto. O professor precisa cuidar bem da leitura do texto, observar a pontuação, os tempos verbais, os plurais etc. Um texto bem lido, bementendido, é meio caminho andado para ter uma interpretação eficaz.

Princípio histórico

Todo texto a ser estudado foi produzido em uma determinada realidade histórica, ou seja, tem aver com determinadas situações sociais, culturais, geográficas, políticas e até filosóficas. Assim sendo,para que o professor da Escola Dominical possa compreender bem o texto bíblico, deverá entender ocontexto histórico em que ele foi produzido e também o contexto a que ele se refere.

É muito importante que o professor não se descuide deste princípio, pois muitas coisas são por ele clarificadas na Palavra de Deus. Por exemplo, os nomes de lugares como Samária, Jerusalém; de partidos políticos e de seitas como os fariseus e saduceus; problemas sócio-culturais como a dissensão entre os judeus e os samaritanos na época de Jesus etc. O contexto histórico precisa ser bem entendido para que o texto bíblico seja corretamente interpretado.

Para observar de modo satisfatório este princípio, o professor precisará lançar mão deenciclopédias bíblicas, manuais, dicionários e comentários sobre os livros da Bíblia. Daí pontuamos desdejá a importância do professor formar sua biblioteca particular, com todos estes instrumentos úteis para apesquisa bíblica.

Princípio teológico

De acordo com este princípio, o professor deverá observar em cada texto bíblico que estudar osaspectos doutrinários. O que o texto em estudo diz sobre Deus, Jesus Cristo, o Espírito Santo, a criação, opecado, a salvação, a igreja, as últimas coisas etc.

Todo o texto sagrado está eivado de informações de caráter doutrinário, os quais, ao serem entendidos, vão construindo uma concepção teológica do próprio estudante das Escrituras. Em cada textohá algo sobre alguma doutrina que precisa ser destacado e aprendido.

Aqui está um dos princípios mais importantes para uma boa interpretação da Palavra de Deus. O crescimento doutrinário dos alunos da Escola Dominical está diretamente vinculado ao uso adequado deste princípio, pois se o professor não souber observá-lo, as ênfases doutrinárias ou teológicas do texto poderão ficar de lado ou serem tratadas de forma inadequada. A consequência será a perda de preciosa oportunidade para o crescimento doutrinário dos alunos.

Princípio prático

Considerando a já destacada distância entre o mundo da Bíblia e o de hoje, o professor não podedeixar de levar em consideração a realidade vigente na interpretação do texto bíblico. Assim, osprincípios e as verdades bíblicas aprendidas deverão' ser aplicadas de modo cor-reto às necessidades doser humano da época atual.

Os princípios anteriores ajudarão muito o professor a compreender melhor o mundo da Bíblia, o princípio prático o ajudará a aplicar as lições aprendidas ao mundo de hoje. Desta forma, evita-se que a interpretação seja uma mera reconstrução histórico-filosófica e, conseqúen-temente, irrelevante para o homem dos dias atuais.

É através do uso deste princípio que o professor descobrirá como tornar a Bíblia um livro pertinente e relevante para o homem de hoje. Esta ponte entre o mundo da Bíblia e o de hoje trará até- a realidade de vida dos alunos da Escola Dominical os eternos ensinamentos da Palavra de Deus. Numa interpretação correta da Bíblia, o aspecto prático não pode ser ignorado ou desmerecido.

MÉTODOS DE ESTUDO BÍBLICO

Além de conhecer os princípios de interpretação da Bíblia, o professor precisa aprender também os diversos métodos para o seu estudo. São caminhos, alternativas várias, que foram desenvolvidas e testadas, com o fim de auxiliarem o estudante nesta maravilhosa tarefa de descobrir as verdades da Bíblia.

Convém salientar, no entanto, que os princípios de interpretação precisam ser observados independentemente do método de estudo escolhido. Não se pode confundir os métodos para o estudo da Bíblia com os princípios para sua interpretação. Estes cuidam da descoberta de significados, aqueles tratam de estratégias de pesquisa. Ambos são importantes para o trabalho do professor da Escola Dominical, mas precisam ser levados em conta considerando a natureza e o escopo de cada um.

Enumeraremos os principais e mais difundidos métodos para o estudo da Bíblia. Sabemos que existem outros e que a cada dia surgem novos; contudo, os que aqui analisaremos constituirão importante fonte de informação e ajuda para o professor da Escola Dominical.
O estudo de um versículo da Bíblia
É possível estudar um versículo da Bíblia. Note bem que estamos usando o verbo estudar, ou seja, descobrir o significado de um versículo à luz dos princípios de interpretação da Bíblia que vimos anteriormente. Não se trata aqui de tratar isoladamente um versículo para dele extrair doutrinas ou
dogmas, mas sim a partir dele chegar à descoberta de princípios e verdades eternos.
Para se estudar um versículo da Bíblia, deve-se seguir os seguintes passos:

1. Identifique e examine o contexto - Descubra toda a porção bíblica a que pertence o versículo.Situe geográfica, social e culturalmente o contexto. Esteja bem seguro quanto ao momento histórico a queo versículo faz referência e entenda-o à luz desta situação histórica.

2. Investigue o texto - Isso significa fazer perguntas ao texto. Anote suas observações, dúvidas,aplicações e eventuais dificuldades sobre o texto. Investigue tudo o que puder sobre as informações einferências do texto. Fique certo de que entendeu o máximo possível sobre o significado do texto.

3. Reescreva o versículo com suas próprias palavras - Depois de o haver lido e estudado bastante, tente agora reescrevê-lo usando o seu vocabulário comum, mesmo que você precise de mais oumenos palavras e ainda que necessite citar algum exemplo para explicar o que leu. Faça uma redação própria do versículo.

4. Examine as referências - Usando sua Bíblia, identifique as referências que constam do seu versículo. Leia cada uma delas. Isso possibilitará a você ver outras ideias e situações atinentes ao texto ouao seu contexto.

5. Selecione aplicações - Dentre as lições que você descobriu no texto que estudou, selecione aquelas que lhe falaram ao coração de forma mais direta. Pense nos seus alunos, veja quais lhe parecem mais úteis. Depois, dentre todas as aplicações selecionadas, escolha uma, a que de fato lhe falou com maior impacto.

O estudo de um capítulo da Bíblia

A preocupação central do professor ao escolher este método é a de descobrir o máximo que um determinado capítulo pode lhe ensinar. Há capítulos bíblicos que foram muito difundidos e ficaram famosos, mais conhecidos do que os demais. Assim, temos o capítulo da criação (Gn 1), o dos dez mandamentos (Ex 20), o do bom pastor (Sl 23), o do amor (1Co 13), o dos heróis da fé (Hb 11) etc.

A verdade, porém, é que em praticamente todos os capítulos da Bíblia há muitos ensinamentos elições preciosas para nossas vidas. Por esta razão, temos um método para estudá-los. Para extrair o máximo de um capítulo da Bíblia, siga os seguintes passos:
1. Leia o capítulo com atenção

O ideal é que sejam várias leituras, em versões diferentes da Bíblia. O objetivo é de o professorse familiarizar bem com o texto. Numa folha à parte, escreva suas observações, dúvidas e possíveis aplicações. Tudo o que for encontrando durante as leituras.
2. Identifique a estrutura do capítulo

Significa identificar os assuntos tratados no capítulo, separando-os de modo a poder tratá-los individualmente. Esta estruturação vai ajudar o professor a conhecer o progresso ou a evolução dopensamento do autor naquele capítulo, bem como compreender a sequência do mesmo. Continue trabalhando com a folha à parte, anotando observações e detalhes do texto.
3. Verifique o contexto

O que quer dizer, neste caso, o livro todo onde o capítulo está inserido. Quais são as informações disponíveis sobre o livro, seu propósito, sua mensagem, situação histórica em que foi escrito etc. Cadacapítulo desempenha um papel e cumpre uma missão dentro do livro todo. Especialmente quando se está estudando um daqueles capítulos mais conhecidos, se faz necessário muito cuidado para não tratá-lo isoladamente, desconsiderando, assim, o seu contexto.
4. Pergunte ao texto

Como no método anterior, questione tudo e investigue ao máximo o texto em estudo. Use a folha na qual você vem fazendo anotações para lhe ajudar agora a inquirir o texto. Quanto mais ampla for sua pesquisa neste passo, mais profundo será o seu estudo do capítulo.
5. Amplie o horizonte da pesquisa

Descubra o que outras passagens bíblicas têm como contribuição para um bom entendimento dos
assuntos identificados no capítulo. As referências poderão ajudar aqui, bem como outros materiais de apoio já mencionados.
6. Esquematize o estudo


Agora, o professor já poderá fazer uma lista dos assuntos do capítulo, destacando em cada item as lições ou aplicações que sejam realmente importantes para a sua vida e para a de seus alunos. Ao final deste passo, o professor terá um esboço pronto e poderá ensinar o capítulo bíblico estudado.

O estudo de um assunto da Bíblia

Às vezes o professor estará diante não de um texto bíblico, mas sim de um assunto para serestudado. Precisará de um método que se fundamente não em uma passagem determinada, mas num assunto específico. Fé, santidade, pecado, mordomia, adoração, missões são alguns exemplos de tópicos passíveis de serem estudados à luz da Bíblia. Veja os passos para o estudo de um assunto bíblico.
1. Delimite a abrangência do estudo


Diante de um assunto a ser estudado, é necessária a delimitação da abrangência do seu estudo.Por exemplo, se o professor deseja estudar sobre pecado, vai demorar muito para estudar o tópico em todaa Bíblia, por isso sugerimos a delimitação. Assim, poderá estudar o pecado à luz dos Evangelhos, ou deu ma determinada epístola, até mesmo de um determinado período histórico. O importante é que a delimitação torne factível o estudo.
2. Descubra as passagens pertinentes

Usando uma boa concordância e um bom dicionário bíblico, localize os textos que tratam doassunto a ser estudado, dentro da delimitação feita. Procure ser o mais completo possível neste passo,para que seu estudo também seja bem abrangente.
3. Entenda o contexto das passagens

Talvez seja o passo mais trabalhoso, mas o professor deverá fazer um estudo do contexto de cada passagem alistada. Isso lhe dará uma visão da realidade histórica que abrigava a compreensão do seu tópico exposta no texto. Sem este passo, o estudo correrá o risco de se transformar num emaranhado de textos unidos por palavras e não por significado, o que seria inútil.
4. Anote observações e aplicações

Numa folha à parte, escreva tudo o que cada passagem diz acerca do assunto, bem como anote
observações e aplicações práticas a respeito do tópico em estudo.
5. Organize seu estudo
Faça um esboço abrangendo tudo o que você aprendeu sobre o assunto estudado, trabalhe de forma a facilitar o entendimento progressivo do assunto.
6. Identifique informações novas

Escreva as coisas novas que descobriu sobre o assunto. Faça uma lista de ensinamentos práticos e importantes que o estudo lhe ensejou. Faça um propósito diante de Deus de praticar as novas lições aprendidas durante o estudo. Compartilhe com seus alunos, de forma ordenada e seqüencial, o que você aprendeu.

O estudo de um personagem bíblico

Talvez este seja um dos métodos mais fascinantes para o estudo da Bíblia. Seu propósito principal é descobrir informações sobre a vida de um personagem bíblico, com o objetivo de aprender,com suas fraquezas e virtudes, lições a serem aplicadas à própria vida de estuda. Veja como este método pode ser usado.
1. Escolha o personagem e aliste passagens bíblicas
Ao escolher um personagem bíblico, use uma concordância e um dicionário bíblico para alistar as passagens que tratam da vida dele e a ele fazem referência. As referências da própria Bíblia o ajudarão.
2. Faça um resumo da vida do personagem

Depois de ler cada texto alusivo ao personagem que você está estudando, escreva numa folha,com suas próprias palavras, um resumo da vida dele. Este procedimento vai auxiliá-lo no entendimento do desencadeamento dos fatos que marcaram a vida do personagem.

3. Identifique fraquezas e virtudes
Usando cada passagem que você alistou, em uma folha dividida em duas colunas, coloque em uma as fraquezas e na outra as virtudes do personagem.
4. Compare-se com o personagem

Veja quais são os pontos comuns e os incomuns entre você e o personagem estudado. Descubra,com as passagens bíblicas alistadas, como o personagem reagiu diante de situações que realçaram suas fraquezas e também como lidou com aquelas em que mostrou suas virtudes. Assim, descubra o que Deus tem a lhe ensinar sobre suas próprias fraquezas e virtudes.
5. Organize a biografia do personagem

Separe por épocas, acontecimentos ou estágios a vida do personagem. Faça isso de tal forma que,ao olhar para seu esboço, a vida e os ensinamentos extraídos da vida do personagem lhe venham 
claramente ao coração.
LIVRO COMPLICADO?

Agora, diante do que foi apresentado neste capítulo, o professor da Escola Dominical compreende que a Bíblia não é um livro assim tão complicado. Basta determinação e disciplina para interpretá-la e estudá-la corretamente e as suas maravilhas logo aparecem. A alegria e a satisfação de descobrir os tesouros da Palavra do Senhor e o sentimento de felicidade ao ver seus alunos com o coração ardendo pelas Escrituras hão de recompensar o professor, de forma a que se sinta também gratificado por cumprir com zelo e alegria o seu dever O professor com júbilo, como fez o salmista: "Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo" (Sl 119.97).

Trecho do livro: SOCORRO!SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL 



"PEQUENAS FRASES GRANDES EFEITOS"

"Pois no mesmo fogo, o ouro dá brilho e a palha vira fumaça; debaixo da mesma debulhadora o talo é esmagado e o grão debulhado; a borra não é confundida com o óleo porque ambos saem do mesmo lagar. Assim, também, a onda de dificuldades testará, purificará e melhorará os bons, mas socará, esmagará e arrastará para longe os maus. Assim é que, sob o peso da mesma aflição, os ímpios negam e blasfemam de Deus, ao passo que os justos oram a ELE e o louvam. A diferença não está no que as pessoas sofrem, mas no modo que elas sofrem. A mesma sacudida que faz feder a água fedorenta faz o perfume exalar o mais agradável cheiro. (Uma das declarações mais eloquentes de Agostinho)

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